Estresse e a vida na cidade

   Há tempos não atualizo este blog, o qual foi uma tentativa de trocar informações com outros pesquisadores e me atualizar quanto aos assuntos relacionados a neurociências. No entanto, as responsabilidades diárias, palestras, cursos, aulas, pesquisa e alunos me impedem de abrir o blog e  postar uma pesquisa recente ou algum comentário relevante. Todos estes fatores estão associados ao estresse. A demanda do dia a dia, nos impede constantemente de fazer algo relacionado ao lazer ou distração. Eu já postei anteriormente sobre as características do estresse. Pois bem, um estudo recente publicado na Nature e comentado na Nature Neuroscience, revelou que indivíduos que vivem na cidade possuem uma maior atividade em regiões do cérebro como a amígdala e o córtex cingulado anterior quando expostos ao estresse, comparados a pessoas que vivem no campo. Alterações na atividade destas regiões cerebrais estão associadas a doencas neuropsicológicas. Incrível como o estresse modula tanto as nossas ações quanto o nosso cérebro..

I SIMPOSIO DE NEUROCIENCIA DO EXERCICIO

Discurso do Rei

Em tempos de Discurso do Rei

Discurso do Rei é lindo e imperdível! E aproveitando a temática, divulgo o curso que iniciei ontem, recomendo!

TÉCNICAS DE ORATÓRIA E APRESENTAÇÕES

Procurei, neste Treinamento, incorporar o que há de mais recente nos estudos da Comunicação para Grupos com os recursos da Programação Neurolinguística, somados à minha experiência de mais de 20 anos como palestrante e conferencista, para, de forma bastante prática, capacitar a todos aqueles que precisam falar em público, seja numa reunião de negócios, ministrando um curso, aula ou uma palestra, realizando conferências, seminários ou workshops, dominando técnicas de apresentação eficazes.

OBJETIVOS DESTE CURSO 

Ampliar a eficácia, o conforto e a satisfação de falar em público, seja diante de um

interlocutor, de uma plateia, ministrando aula, ou defendendo uma tese.

Desenvolver habilidades de raciocínio objetivo e coerente.

Aprender a se organizar, definindo o objetivo e seguindo um roteiro.

Aprender técnicas eficazes de apresentações formais e informais.

Despertar a função ouvir e o desenvolvimento da escuta.

Reconhecer características do público e interagir com ele.

Domínio de técnicas de postura e gestos.

Falar com elegância, desenvoltura e assertividade.

Conhecer e usar palavras de valor.

Desafiar o medo, administrando as emoções.

Aprender a eliminar as tensões emocionais.

Domínio de técnicas de leitura e interpretação de textos.

Domínio de técnicas para o uso do microfone.

   

    DURAÇÃO DO TREINAMENTO

12 módulos de 3 horas cada.

Cada módulo composto de uma parte teórica e uma parte prática.

LOCAIS

CENTRO

BQ Centro de Treinamento

Rua São José, 40 – 9º andar.

BARRA

Centro de Convenções Ocean Drive

Avenida Sernambetiba, 6900

 HORÁRIOS

CENTRO

4ªs feiras das 19h00 às 22h00.

Início: 23/3/2011.

BARRA

2ªs feiras das 19h00 às 22h00.

Início: 21/3/2011.

INVESTIMENTO

R$ 1.200,00 (1 + 3 X R$ 300,00)

Vagas limitadas a 12 participantes por curso.

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

Tel: (21) 9145-9733

e-mail: marliolamha@uol.com.br

SOBRE O TREINADOR:

MMárlio Lamha,

CCoach de Técnicas de Oratória e Apresentações.

TrTrainer e Master Practicioner em Programação Neurolinguística.

GGraduado na Escola de Palestrantes do Instituto de Neurolinguística Aplicada - INAp.

GGraduado no Ateliê de Voz e Oratória da Prof.ª. Denise Puppin.

OOrador e Conferencista.

“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado sem ser enfrentado” (Anônimo)

Visão Darwiniana do conceito de estresse

        O conceito de estresse já foi colocado aqui. Desde o trabalho pioneiro de Hans Selye, sobre a descoberta do conceito de estresse, já foi acrescentado que este não está associado somente a eventos negativos. Um novo conceito do estresse, chamado manutenção da alostase, é definido como "manter a estabilidade através da transformação". Esse conceito vai além da homeostase, que seria o equilíbrio do organismo frente a algo que o desequilibra. A carga alostática pode variar de indivíduo para indivíduo, assim, certas condições ambientais podem afetar diferentemente a carga alostática em diferentes indivíduos. Por exemplo, algumas pessoas frente a um barulho estrondoso podem agir de formas diferentes: correr, congelar ou ficar indiferente. Charles Darwin foi o primeiro pesquisador a concluir essas respostas inter-individuais, podendo estar associada a seleção natural conferido a alguns vantagens em seus habitat natural.

          Um estudo publicado na Neuroscience and Biobehavioral Reviews comenta o cenceito Darwiniano do estresse. Este artigo de revisão comenta outros artigos realizados em animais e humanos e o comportamento de estresse. Estudos com animais mostraram que a diferença do comportamento perante o estresse pode estar relacionada com características fisiológicas de ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e do sistema simpático. Pombos e falcões podem apresentar essas diferenças, por exemplo, enquanto o falcão apresenta um comportamento de luta e fuga, o pombo permanece imobilizado (congelado). O comportamento de luta e fuga é caracterizado por alta ativação do sistema medular-adrenal, resultando em altos níveis de adrenalina e baixa variabilidade cardíaca. Além disso, a ativação do eixo hipotalâmico-pituitária-gônadas, liberando testosterona tem sido observada. Já o comportamento de congelamento, observado nos pombos, é caracterizado pela ativação do eixo HPA, promovendo a liberação de corticosterona (em roedores e pássaros) e cortisol (em porcos e humanos). O comportamento de agressão também apresentaram características peculiares no eixo. Ratos agressivos apresentam maiores níveis de ACTH (hormônio adrenocorticotrópico), sugerindo uma menor sensibilidade da adrenal comparados aos não agressivos.

           Outras alterações neurofisiológicas  também foram observadas nos animais. Ratos agressivos apresentaram mais auto-receptores de serotonina inibitórios e receptores pós sinápticos de serotonina, compardos aos não agressivos. Esse mecanismo parece ser compensatório devido uma baixa de serotonina. Outras alterações seriam altos níveis de vasopressina, baixos de dopamina e menos sinapses no hipocampo comparados aos animais não agressivos. Já os pombos são mais hábeis para organizar as informações e aumentam a aferência sensorio-motora (aparência do predador, cheiro, localizacao, etc) relevantes para a resposta do estresse, no entanto, apresentam mais tendências para desenvolverem transtorno de ansiedade devido a uma maior consciência dos sinais de perigo no seu ambiente.

Segundo esses parâmetros, o conceito Darwiniano do estresse sugere que:

Falcão - com seu baixo nível de cortisol e alto de testosterona, têm um aumento na motivação para expressar comportamento agressivo, mas aumenta a incidência de comportamento violento e anti-social. A presença de baixos níveis de serotonina promove um comportamento de baixa ansiedade, mas aumenta o risco para transtornos impulsivos. Suas características de atividade simpática beneficiam o comportamento de luta e fuga, mas pode levar cronicamente a hipertensão e arritimia cardíaca. 

Pombos - Com alto nível de reatividade do eixo HPA, têm maior comportamento de congelamento. Esse comportamento pode reduzir a detecção e ataque do predador. São mais hábeis para organizar as informações, sendo mais conscientes do perigo no seu ambiente. Assim, podem desenvover transtono de ansiedade. Frente a estímulos negativos pode ser aumentado o consumo de comida e estoque de gordura abdominal , podendo levar a Diabetes.


A seleção natural, tendo em vista o comportamento falcão e pombo, mantém um equilíbrio entre estes dois comportamentos nas diferentes espécies. A existência da estratégia falcão-pombo é observada no reino animal e ambas podem ser bem sucedidas sobre diferentes condições ambientais. Esse conceito leva a um entendimento mais refinado dos fatores sobre a vulnerabilidade às doenças associadas ao estresse e aos benefícios destas transformações induzidas pelo estresse também em humanos.

Clique aqui para ver uma animação sobre estresse




Korte, S., Koolhaas, J., Wingfield, J., & McEwen, B. (2005). The Darwinian concept of stress: benefits of allostasis and costs of allostatic load and the trade-offs in health and disease Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 29 (1), 3-38 DOI: 10.1016/j.neubiorev.2004.08.009

CARNAVAL

               Sinceramente, não tive férias. Emendei 2010 com 2011 devido o objetivo imposto "sem querer" de defender o doutorado em 2 anos. Do início do ano pra cá, ou seja, dois meses, não paramos de trabalhar no laboratório. Todo o grupo motivado para me ajudar, já que nossa rotina de lab não é fácil. Todo o trabalho de recrutamento dos pacientes, agendamento, avaliações e treinamento são feitos por nós. Fora as reuniões para definições das escalas e testes utilizadas, testes que não dão certo, pacientes que não aparecem, pacientes que acabam saindo da pesquisa...Haja resiliência! Esse ano dei um curso em outra universidade, nossa orientadora nos chamou para darmos aulas em pós-graduações e para escrever o capítulo de um livro. Paralelamente, estou escrevendo um artigo de revisão e já pensando em um plano B para a minha pesquisa, pois aquela que sonhei não está dando certo. Também estamos selecionando novos alunos e nossos seminários estão cada vez mais interessantes..  Semana passada avaliei alguns idosos saudáveis e cheguei a conclusão que tudo isso vai acabar quando eu chegar nos 60.. Como eles são tranqüilos!!rs.
               Quando pedi para minha co-orientadora para emendar o feriado para descansar e ela falou: Mas nós só estamos em fevereiro.. Eu não acreditei! Estou exausta!!! Terei o fim de semana livre + 1 semana inteira de férias. Já estou preparando alguns filmes para ver e umas receitinhas lights... Tenho 11 artigos para estudar profundamente para o artigo de revisão que estou escrevendo.. E tenho que concentrar todas as minhas energias para escrever meu primeiro capítulo de um livro.. Que bom, esse será o meu carnaval!!! Espero voltar com as baterias recarregadas!!!!

Processo seletivo Laboratório de Neurociências do Exercício

               Nos próximos dias, o laboratório de Neurociências do exercício, do qual faço parte, estará recrutando novos alunos interessados em fazer iniciação científica ou entrarem no mestrado/doutorado em uma de nossas linhas de pesquisa.
               Os interessados devem se cadastrar no endereço  www.labnex.blogspot.com ou no email lanex@gmail.com.

Pós graduação em neurociências e esporte

Divulgando neurociências.

                   Comecei a escrever nesse blog em 2008. O objetivo era fazer contato com outras pessoas e divulgar a neurociência do exercício. Hoje o blog tem mais de 4.000 visitas e através dele fiz contato com muita gente bacana, de outras cidades que também são pesquisadores e têm o objetivo de divulgar o que aprende e pesquisa. Acredito que o que move os pesquisadores é a paixão e, por isso, ao divulgar o que fazemos podemos nos comparar aos apaixonados quem querem sair por aí dizendo que estão amando...
                  O post mais acessado foi a evolução da espécie e o sedentarismo, com 1.990 acessos. Os acessos não se restringiram somente ao Brasil, outros países também tiveram interesses como Portugal, Estados Unidos, Alemanha , Turquia, Angola, Rússia, Canadá, Eslovênia e Moçambique.
                  Gostaria que todos os visitantes do blog fizessem algum contato, seja deixando um comentário ou mandando um email (helenasmoraes@gmail.com). Vamos discutir sobre os posts ou trocar figurinhas...

Yoga e Saúde Mental

            Uma das minhas resoluções de de fim de ano e promessa de um novo ano foi entrar, praticar e permanecer nas aulas de yoga, as quais pratico (entre indas e vindas) desde 2003... Os praticantes de yoga têm uma percepção aguda e crônica, ou seja, tanto após uma aula quanto após tempos de prática, uma redução da ansiedade e diminuição do estresse. Diversos mecanismos fisiológicos e psicológicos podem explicar essas alterações subjetivas no estado de humor. Uma revisão recente publicada na Complementary Therapies in Clinical Practice observou, através da literatura científica, que a yoga pode promover alterações significativas em   sintomas e transtornos psicológicos, síndromes, problemas cardíacos, condições auto-imunes e problemas na gravidez. 

          Em um artigo interessante publicado pela minha amiga pesquisadora Camila Vorkapic publicado na mente e cérebro, ela comenta que "No caso do yôga, o ciclo completo para sua realização consiste no cumprimento de oito etapas, que envolvem não só práticas e exercícios de concentração, mas também de respiração, de descontração, de purificação orgânica e gestos reflexológicos manuais. Algumas dessas técnicas se destacam pela notória influência no sistema nervoso central. Alguns exercícios têm efeitos neuroendócrinos e neuroquímicos e chegam a provocar alterações estruturais em áreas do cérebro, favorecendo funções cognitivas e aspectos emocionais."

      Para saber mais detalhes sobre todos os mecanismos fisiológicos e psicológicos recomendo a leitura dos dois artigos. Assim como também recomendo a prática de yoga, mesmo sendo em academia de ginástica, que segundo praticantes de plantão não produzem os mesmos efeitos comparados aos centros especializados em yoga. Mas vale a pena parar um instante do seu dia e prestar atenção no seu corpo e na sua respiração, seja qual for o ambiente.

        Namastê.

Para saber mais: Field T (2011). Yoga clinical research review. Complementary therapies in clinical practice, 17 (1), 1-8 PMID: 21168106
A ciência da Ioga - Mente e cérebro 

          

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E ATIVIDADE FÍSICA

UNIVERSIDADE CATÓLICA E PETRÓPOLIS (UCP)


E

INSTITUTO DE NEUROCIÊNCIAS APLICADAS (INA)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E ATIVIDADE FÍSICA

INSCRIÇÕES ABERTAS!

O Curso de Especialização (lato sensu) em Neurociências e Atividade Física abrirá turma com início previsto para o dia 22 de março de 2011 com duração de 18 (dezoito) meses, às terças e quintas (quinzenalmente) no horário de 18:30 às 22:30h, Rua Miguel Pereira, 17, Humaitá, Rio de Janeiro.



Corpo Docente:

Prof. Dr. Alair Pedro Ribeiro

Prof. Alessandro Carvalho

Profª. Dr. Andrea Deslandes

Profª. Ms. Bruna Velasques

Profª. Claudia Diniz

Profª. Cynthia Arcoverde

Profª. Ms.Clarissa Schitine

Prof. Heitor Silveira

Profª. Ms. Helena Moraes

Prof. Ms. Sergio Machado

Profª Ms. Flavia Paes

Público-alvo: Profissionais da área da saúde, esporte, atividade física e afins

Número de vagas: Serão oferecidas 60 (sessenta).

Inscrições: as inscrições deverão ser realizadas no período de 30 de novembro de 2010 a 21 de março de 2011 através do envio da documentação solicitada através de carta registrada para o seguinte endereço:

Rua Paula Brito, 350/1102 – Andaraí – CEP:20541-190 – Rio de Janeiro. Aos cuidados de Bruna Velasques.



Informações:

Tel: (21) 3023 7303

(21) 7706-1849 (Claudia Diniz)

www.neurocienciasaplicadas.com.br

contato@neurocienciasaplicadas.com.br

eventos@neurocienciasaplicadas.com.br

Seleção:

Análise do Curriculum Vitae.

Documentação para inscrição:

Cópia do comprovante de depósito de inscrição;

Cópia Autenticada do Diploma (obrigatório no ato da inscrição);

Cópia do Histórico Escolar;

Cópia do CPF e Carteira de Identidade;

Curriculum vitae;

2 fotos 3x4;

Carta contendo as expectativas em relação ao curso;

Ficha de inscrição (anexa).

Investimento do curso

Valor da inscrição: R$ 70,00 (setenta reais).

Depósito no valor de R$ 70,00 (setenta reais), em nome da Sensory Integration Editora. O depósito pode

ser efetuado em qualquer agência do Banco do Brasil, Agência 9866-3, Conta-Corrente nº 3519-X.

Investimento: 18 (dezoito) X R$ 190,00 (cento e noventa).

*Ex-alunos da UCP e associados do INA possuem 20% de desconto nas mensalidades

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- INTRODUÇÃO ÀS NEUROCIÊNCIAS

- BASES NEURAIS DA ATIVIDADE FÍSICA

- APRENDIZAGEM, COMPORTAMENTO E DESENVOLVIMENTO MOTOR

- NEUROPLASTICIDADE NA ATIVIDADE FÍSICA

- COGNIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA

- TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS E ATIVIDADE FÍSICA

- METODOLOGIA DE ENSINO E PESQUISA

- ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA