Esse blog tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o assunto Exercício Físico e Cérebro, a partir de informações publicadas em revistas científicas

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O exercício físico e a depressão em idosos


A depressão é um transtorno de humor com características físicas, cognitivas e emocionais. Estudos epidemiológicos apresentaram resultados de alta prevalência de depressão na população idosa. Isso se deve a alterações, provenientes do envelhecimento, relacionadas à redução das valências físicas (como perda de força, agilidade, velocidade motora) levando o idoso à dependência nas atividades de vida diária; piora no desempenho cognitivo devido a alterações neurofisiológicas ou, até mesmo, devido a um redirecionamento do foco de atenção para pensamentos pessimistas, emoções e episódios negativos. Além disso, a solidão e a morte de pessoas queridas são fatores externos que podem desencadear um episódio depressivo, sobretudo no idoso. Assim, além do tratamento medicamentoso, outras terapias complementares são utilizadas para o tratamento da depressão. Dessas terapias adicionais, uma das mais completas é a prática de exercícios físicos. Com a prática, o idoso pode beneficiar-se tanto de alterações fisiológicas quanto neurais. Modificações significativas no sistema músculo-esquelético e cardiorrespiratório podem propiciar uma melhora na qualidade de vida com autonomia no desempenho das atividades de vida diária. Essas alterações também podem levar a melhora na auto-estima. Além disso, o exercício físico promove alterações no sistema de neurotrasmissores, na atividade cortical, na formação de novos neurônios e na plasticidade neuronal. Todos esses efeitos também são encontrados como resposta aos antidepressivos e estão associados à melhora no bem-estar e redução dos sintomas de ansiedade e depressão. O exercício praticado em grupo também pode ser benéfico devido a sociabilização, no entanto, os estudos mostraram que tanto o exercício físico praticado em grupo quanto o exercício individual podem promover melhora significativa nos sintomas depressivos. As conclusões dos estudos mostraram que esses resultados podem estar mais associados a exercícios aeróbios praticados com intensidade moderada e com maior freqüência semanal.

*** Para saber mais:

Helena Moraes, Andréa Deslandes, Camila Ferreira, Fernando A. M. S. Pompeu, Pedro ibeiro, Jerson Laks. O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática. Rev Psiquiatr RS. 2007;29(1):70-79
http://www.scielo.br/pdf/rprs/v29n1/v29n1a14.pdf