Esse blog tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o assunto Exercício Físico e Cérebro, a partir de informações publicadas em revistas científicas

domingo, 2 de maio de 2010

O efeito do exercício na função cognitiva

                  Muitas pesquisas investigam o efeito do exercício físico na cognição. O objetivo dessas pesquisas são avaliar os efeitos agudos neurofisiológicos e neuropsicológicos decorrentes do exercício na cognição. Além disso, os estudos também investigam se durante o esforço, atletas diminuem sua performance em tarefas que dependem de funções cognitivas mais complexas  (planejamento, atenção dividida,  memória de trabalho), usadas em esportes como futebol, vôlei ou basquete. Além disso, estudos de dupla tarefa analisam as interações que podem ocorrer entre duas tarefas (cognitiva e motora), prejudicando o desempenho em atividades de vida diária, sobretudo em idosos, levando a incidência de quedas. No livro "Exercise and cognitive function - McMorris T, TomporowskiP & Audiffren  M (2009)", algumas teorias são colocadas no entendimento do efeito do exercício físico na cognição:

1)  Modelo de Kahneman's - É o primeiro modelo cognitivo-enegético. A partir desse modelo conclui-se que  
o exercício e a tarefa cognitiva competem pelos mesmos recursos de alerta e esforço pode ocorrer um prejuízo na performance da tarefa cognitiva

 2) Modelo de Sander - Nessa teoria, as fases do processamento da informação pode depender do alerta, do esforço e da ativação. O exercício físico aumenta o alerta e a ativação promovendo uma melhora no desempenho cognitivo. No entanto, se há uma competição entre o exercício físico e a tarefa  pelo esforço  realizado, pode haver um prejuízo na cognição. 
3) Modelo de Humphreys e Revelle's - Nesse modelo, traços de personalidade e características da tarefa podem modular o alerta e o esforço. A partir dessa teoria, pode haver um prejuízo somente em tarefas de memória de curto prazo realizadas durante o exercício.


















4) Modelo de Hockey - Essa teoria é um modelo de controle compensatório. De acordo com essa teoria quando a tarefa cognitiva e o exercício competem pelo esforço, há uma modificação do controle automático para a estratégia de controle do esforço. Nele não há prejuízo cognitivo durante o exercício.

Essas teorias são importantes para o entendimento da interação entre o exercício e a cognição.
Para saber mais: 
Tomporowski, P. (2003). Effects of acute bouts of exercise on cognition Acta Psychologica, 112 (3), 297-324 DOI: 10.1016/S0001-6918(02)00134-8

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