Esse blog tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o assunto Exercício Físico e Cérebro, a partir de informações publicadas em revistas científicas

domingo, 9 de agosto de 2009

Atrofia hipocampal ou “se se morre de amor”


Quem nunca sofreu uma grande paixão? Para quem não sabe, sofrer é sentir o coração bater mais rápido na presença do outro (a), um frio na barriga, uma respiração ofegante... Noites mal dormidas, perda do apetite. Pensando assim, pode-se concluir que a paixão é estressante tanto para o corpo quanto para a mente. Ficar noites pensando se “ele vai ligar” ou “por que ele não ligou?”, e ainda “será que devo ligar”.. Conseqüentemente, o cérebro também sofre. Isso porque o estresse é comandado pelo sistema hipotálamo-hipófise-adrenal. Do córtex adrenal é liberado o hormônio cortisol. Esse hormônio viaja pela corrente sangüínea até o cérebro e liga-se a receptores citoplasmáticos de muitos neurônios. Os receptores ativos promovem a transcrição gênica e, por conseqüência, a síntese protéica. Uma das conseqüências da ação do cortisol é que mais cálcio entrará nos neurônios através de canais iônicos dependentes de voltagem. Assim, o cortisol pode desencadear, em curto prazo, mudanças que tornam o encéfalo apto a lidar com o estresse. Talvez até ele encontre uma maneira de evitá-lo. Essa é a explicação química, mas isso você já sabe quando diz: “Dessa vez não vou me apaixonar, não vou me iludir, não vou ficar em casa esperando..”. Digamos que essa seria uma explicação mais prática!
Por outro lado, os receptores de cortisol estão presentes não só no hipotálamo. Sim, porque no hipotálamo eles regulam a liberação de cortisol pela adrenal. Ou seja, ocorre um feedback negativo, desativando o eixo hipotálamo-hipófise adrenal. Quando liberado demasiadamente, podemos dizer quando a paixão é avassaladora, o cortisol liga-se a vários receptores presentes no encéfalo, sobretudo hipocampais. Nessas situações de estresse crônico, os neurônios se sobrecarregam de cálcio. Assim, os neurônios morrem por excitotoxidade e é esse efeito direto que lesiona o hipocampo. Alguns estudos comprovam que esses efeitos assemelham-se ao processo de envelhecimento do encéfalo. Pobre hipocampo...
Conclusão da história: Para evitar o envelhecimento do cérebro, cientistas revelam que é necessário aumentar consumo de vitamina E, ômega 3 e flavonóides; praticar exercícios físicos, exercitar a memória...
Coloca mais um na listinha: - Coração: não se apaixone!
Para saber mais: "Neurociências - desvendando o sistema nervoso (Bear,M; Connors, B; Paradiso, M)

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