Os benefícios do exercício físico TODO MUNDO sabe: emagrecimento, qualidade de vida, bem-estar, prevenção de doenças, condicionamento... Mas aí, vem preguiça, desculpas, e acabamos deixando para o outro dia. Isso é comum, por vários motivos, existem dias que o corpo está anti-esforço. No entanto, existem pessoas completamente inativas, que não sentem vontade e ânimo para praticar qualquer atividade física. Só praticam levantamento de garfo, copo, e flexão e extensão dos dedos para mexer no controle remoto. Mas, existe uma explicação científica pra isso?
Uma artigo recente***, publicado no International Journal of biological sciences, diz que sim!!!! Segundo os autores esse comportamento é explicado por uma interação gene + ambiente. Para eles, componentes genéticos/ biológicos que regulam a prática de atividade físicas são explicados por mecanismos periféricos (tipo de fibra, número de mitocôndrias, componentes do metabolismo celular, consumo de oxigênio, etc) e mecanismos centrais ( sinalização celular, neurotransmissores, comportamento motivacional, etc). Estudos com ratos mostraram que não só os componentes periféricos podem diferir os ratos de raças mais ativas das sedentárias, como também, fatores centrais. Aqueles de raça mais ativa tem maiores níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Nesses ratos são encontradas diferentes respostas de exercício físico após a administração de agonistas e antagonistas de dopamina.
A dopamina está associada com recompensa, motivação, controle do movimento motor, aprendizado e emoção. Características que levam o sistema dopaminérgico a um forte candidato para o controle da atividade física voluntária. Entretanto, os estudos com humanos, investigam a dopamina como uma conseqüência da atividade física, ou seja, sua liberação após o exercício físico. A hipótese desses pesquisadores, baseia-se no sistema dopaminérgico como uma variável independente e não dependente do exercício. Os neurônios dopaminérgicos do cérebro originam-se em duas áreas distintas: substância nigra com projeção para o estriado, via tracto nigroestriatal e área tegmental ventral com projeções para o córtex e núcleo acumbente, via tracto mesolímbico. O primeiro está associado com a locomoção e o segundo com a motivação. Para os autores esse sistema mesolímbico pode ser o componente genético que irá determinar as características motivacionais dos indivíduos ativos e sedentários. Como ilustrado no esquema abaixo:
***Knab and Lightfoot (2010) "Does the difference between physically active and couch potato lie in dopamine system? International journal of biological science 6(2): 133-150.
Um comentário:
Olá, Helena,
obrigada pelo link para o meu blog em seu blog roll! Foi ótimo poder conhecer seu blog por meio dele!
Queria aproveitar para fazer um convite: você não gostaria de associar seu blog ao Research Blogging? Como vários dos seus posts, como esse aqui, configuram uma revisão por pares, está dentro do perfil do Research Blogging (que não tem nenhum fim lucrativo, nenhuma propaganda, troca de banners ou outras coisaradas internéticas agora em moda).
Nesse post aqui do meu blog eu explico um pouco o que é o Research Blogging por ocasião do lançamento da premiação que fizemos esse ano: http://ciencianamidia.wordpress.com/2010/01/19/peer-review-peer-reviewed/
Se preferir, pode ir direto no site para ver como os blogs associados aparecem e quais são os requerimentos para submissão: http://researchblogging.org/
Um abraço,
Tatiana
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