Esse blog tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o assunto Exercício Físico e Cérebro, a partir de informações publicadas em revistas científicas

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O exercício e a atividade elétrica cortical




O eletroencefalograma (EEG) é uma ferramenta que mede a atividade elétrica cortical. Com isso, é utilizada em muitas pesquisas para verificar as transformações ocorridas no córtex após o exercício. Nós realizamos um estudo com 10 sujeitos jovens e ativos com idade de 21 a 30 anos. Esses jovens foram submetidos a um exame de EEG antes e após o exercício físico até a exaustão. O nosso objetivo foi verificar quais as transformações que poderiam ocorrer no EEG após o exercício. Os resultados indicaram um aumento significativo na potência da banda de frequência beta em eletrodos situados em áreas frontais e centrais. Isso significa um aumento na atividade cortical nessas áreas. A maioria dos estudos que analisaram o EEG após o exercício agudo encontraram aumento de outra banda de frequência do EEG, a banda alfa. Uma aumento na potência da banda alfa significa o oposto da beta, ou seja, diminuição da atividade cortical. Embora nossos resultados tenham sido diferentes daqueles encontrados na maioria dos estudos, ainda não há um consenso na literatura. Alguns estudos também encontraram alterações em beta e em outras bandas de frequência. Além disso, a metodologia utilizada na prescrição do exercício (como intensidade e tipo do exercício) também podem influenciar nos resultados. Alterações no EEG também podem estar associadas a alterações na temperatura corporal. A explicaçào para essas modificações ainda não são conclusivas e podem estar associadas com uma diminuição no estado de ansiedade, tensão física e emocional e, ainda, alterações no fluxo sanguineo e metabolismo cerebral. No entanto, muitos estudos ainda precisam ser realizados e replicados para respaldar esses resultados. O mais importantante, portanto, é saber que uma única sessão de exercício aeróbio pode promover alterações significativas no cérebro. Ou seja, mais um motivo para exercitar-se :)
* Para saber mais:
Moraes H; Camila F;Deslandes A; Cagy M; Pompeu F; Ribeiro P; Piedade
Beta and alpha electroencephalographic activity changes after acute exercise.
Arq Neuropsiquiatr 2007; 65:637-641
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